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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Projeto: O Índio


Eu sou Kaka Werá Jecupé.

Kaka é um apelido, um escudo. De acordo com a nossa tradição, uma palavra pode proteger ou destruir uma pessoa: o poder de uma palavra na boca é o mesmo de uma flecha no arco, de modo que às vezes usamos apelidos como patuás.

Werá Jecupé é o meu tom, ou seja, meu espírito nomeado. De acordo com esse nome, meu espírito veio do leste, fazendo um movimento para o sul, entoando assim um som, uma dança, um gesto do espírito para a matéria, que nos apresenta ao mundo como uma assinatura. Essa assinatura, registrada na alma, me faz algo como neto do Trovão, bisneto de Tupã. É dessa maneira que somos nomeados, para que não se perca a qualidade da Natureza de que descendemos.

A Terra dos mil povos





Introdução


Há 500 anos, quando os portugueses chegaram às terras que chamariam de Brasil, acharam que estavam descobrindo um “novo mundo”. Na verdade, aqui já viviam aproximadamente cinco milhões de habitantes, que mantinham costumes bem diferentes dos portugueses. Portanto, a presença dos Índios no Brasil antecede ao processo de ocupação dos exploradores europeus que aportaram em nossas terras. O impacto da conquista europeia foi intenso sobre as populações nativas da Américas.

O encontro de raças caracterizou-se por um grande massacre não só de vidas, mas de uma belíssima cultura. Extinguiram- se línguas, mitos, costumes, conhecimentos, técnicas de artesanatos. Sem duvida um patrimônio cultural que jamais será recuperado.

Os índios sem duvida permeia nosso imaginário como um mito, uma lenda em nossa cultura, mas a verdade e que nunca foram propriamente valorizados e respeitados. Pelo contrario, muitas vezes são ridicularizados.

Assim, este projeto “Índio”, faremos uma homenagem a estes homens, mulheres e curumins. Vamos apreciar suas vidas e sua cultura, começando com o respeito a nosso meio ambiente e dele retirar só o necessário. Vamos respeitar a natureza como suporte da vida social. Não apenas como recurso ambiental, mas também
como recurso sócio cultural. E quem sabe assim encontremos o equilíbrio, equilíbrio que pode garantir nossa sobrevivência.

Objetivo Geral:

Resgatar a essência da sua cultura e valores, e a relação do povo com a Terra.

Objetivos específicos:

Ciências:

• Compreender a inter-relação em todos os seres vivos, interdependência cultural.
• Resgatar o respeito à natureza através do estudo da visão indígena sobre o que e o meio ambiente.
• Ampliar a socialização e harmonização e organização do grupo.
• Reconhecer a cultura como transmissão de conhecimento acumulado ao longo das gerações.
• Vivenciar através de dramatização um pouco da cultura indígena.
• Compreender que a toda cultura deve ser preservada, que a vida de qualquer ser no planeta e extremamente importante para o meio ambiente.

Artes:

• Confeccionar as vestimentas
• Cenários
• Vivenciar através de musicas sobre o tema um pouco da cultura indígena.
• Produção de painel artesanal com pecas indígenas.

Estratégias:

• Vídeos – Tratado da Educação Ambiental- tedX- Mata Atlantica
• Construção de cartazes: “Reconstruindo o meio ambiente.”
• Músicas: Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000.
• Apresentação das Peças: LENDA INDÍGENA DOS SIOUX e A MULHER QUE SE CASOU IAUARETÊ.

Desenvolvimento:
Programação do dia 18 \04\2012

Leitura: Declaração Solene dos povos Indígenas do Mundo
Peças : A MULHER QUE SE CASOU IAUARETÊ- alunos do 6° ano
turma B LENDA INDÍGENA DOS SIOUX -alunos do 6° ano turma A

Recursos:

Aparelho de som
Folhas de EVA
Tecido TNT
Penas
Papeis diversos.
Imagens impressas
Data show
Pateo da escola

Duração:
Dia 18 de abril de 2012, 4 feira das 15h `as 18h.

Publico alvo:
Alunos e pais do sexto ano do ensino fundamental ciclo II

Avaliação:
A avaliação e continua, observando-se o desenvolvimento cognitivo do aluno, sua participação e organização dentro do grupo.

Professores responsáveis:

Artes:
Sandra Lucia Miranda Monteiro

Ciências:
Ivone Gonçalves Pacini

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Declaração Solene dos povos Indígenas do Mundo

Nós, povos indígenas do mundo, unidos numa grande assembleia dos
homens sábios, declaramos a todas as nações:
Quando a Terra – Mãe era nosso alimento,
quando a noite escura formava nosso teto,
quando o céu e a lua eram nossos pais,
quando todos éramos irmãos e irmãs,
quando nossos caciques e anciãos eram grandes líderes, aí outras
civilizações chegaram!
Com fome de sangue, de ouro, de terra e de todas as suas
riquezas, trazendo numa mão a cruz e na outra a espada, sem
conhecer ou querer aprender os costumes de nossos povos,
nós classificam abaixo dos animais, roubaram nossas terras
transformando em escravos os “Filhos do Sol”. Entretanto, não
puderam nos eliminar! Nem nos fazer esquecer o que somos, por
que somos a cultura da terra e do céu, somos de uma ascendência
milenar e somos milhões, mesmo que nosso Universo inteiro seja
destruído.

NÓS VIVEREMOS POR MAIS TEMPO QUE O IMPÉRIO DA MORTE!

Port Alveni, 1945 Conselho Mundial dos Povos Indígenas.

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A peça: A mulher que se casou com IAUARETÊ

Elenco:

Narradora: Larissa
Iauaretê: Jardel
Kamakuã: Jenefher
Pajé: Karina
Tupã: Herdyley
Tribo: Karlos,Wender, Matheus, Gabriela, Bianca e Votória


Assistente de palco: Herdyley
Direção: Larissa.
Direção Geral prof.ª Ivone Gonçalves
Músicas: Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000
Extraído do livro: AS FABULOSAS FÁBULAS DE IAURETÊ. De Kaká Werá jacupé.


Narrador: Não sei se vocês sabem, mas nas aldeias indígenas costuma-se fazer festas e celebrações para honrar os animais. Cada aldeia possui o seu animal-totem, que são aqueles reverenciados e se tornam espíritos protetores do povo.
Pois bem, na aldeia KAMAIUIARÁ DAS ÁGUAS CLARAS DA LAGOA DO MORENÁ, toda lua cheia se faz uma grande festa para a onça. É uma festa com muita dança, muitos frutos e muitos peixes! Todos
cantam até quase o amanhecer.
( musica de índio ).
É uma festa tão boa que a onça-rei, IAUARETÊ, fica de butuca, bem longe, olhando e admirando, toda vez que a lua aparece com seu esplendor dourado da noite.

Um dia, ele quis participar da festa e pediu a TUPÃ.


IAUARETÊ: ó grandioso TUPÃ quero ser um guerreiro da tribo.

TUPÃ: posso realizar seu desejo, mas com uma condição. Você será gente somente de noite e de dia volta a ser onça e uma vez transformado não pode se destransformar.


Narrador: Foi assim que a onça-rei começou a dançar junto ao povo da tribo, toda pintada de si mesmo, nas noites de lua cheia. Mas uma coisa que a onça-rei não contava é que a lua cheia é a lua do amor, e aconteceu o que parecia não acontecer. A onça de apaixonou por uma índia muito linda durante a festa. E para complicar mais a coisa, a índia se apaixonou pela onça.

IAUARETÊ: Como você se chama?

KAMAKUÃ: KAMAKUÃ. E VOCÊ?

IAUARETÊ: IAUARETÊ. Onça–rei.

KAMAKUÃ: Ah, ta bom! Nesta festa todos são onças.

IAUARETÊ: É...bom... Pode me chamar de pintado.

KAMAKUÃ: De qual aldeia você veio?

IAUARETÊ: Lá do alto da montanha, sou vizinho da ANTA.

KAMAKUÃ: Eu não conheço este lugar.


Narrador: Bom, conversa vai conversa vem, o fato é que a onça- rei não conseguiu convencer a moça de quem ele era. E, como ele também estava muito apaixonado, acabaram namorando.

E foram namorando, namorando...

Toda lua cheia ele aparecia. Ma Kamakuã começou a ficar irritada de certos hábitos de seu namorado. Por exemplo, toda vez que a madrugada ia embora, ele sai floresta a dentro e sumia.

Até que uma vez teve uma idéia: enquanto a onça-rei dormia amarrou os pés do namorado no mastro da oca. Quando amanheceu, ele tentou sair de mansinho e se viu preso. Tentou correr e não conseguiu, foi ficando afobado e começou a roer a corda.


KAMAKUÃ: Então era isso!

IAUARETÊ: Eu te avisei

KAMAKUÃ: Eu te amo mesmo assim.

IAUARETÊ: Eu também te amo.

KAMAKUÃ: E se a gente falasse com o PAJÉ?

IAUARETÊ: Pajé eu quero me transformar em humano definitivamente

Pajé: Não é possível – Magia de Tupã é a maior que magia de pajé

KAMAKUÃ: Então me faça virar onça.

Pajé: Que assim seja



Narrador: E eles se casaram, passaram algum tempo. Kamakuã procura o Pajé toda triste.

KAMAKUÃ: Pajé ele não gosta mais de mim!

Pajé: Ele gosta de você.


KAMAKUÃ: Não gosta

Pajé: Gosta

KAMAKUÃ: Como assim?


Pajé: Ele gosta de kamakuã, mas, quando você deixou de ser você para querer ser ele, tudo mudou.


KAMAKUÃ: Mas eu faço tudo o que ele quer. Eu como carne de caça, embora, na verdade gosto mesmo de peixe e frutas. Saio pra passear de noite, embora goste mesmo de passear de dia. E também...

Pajé: Ta vendo? Quando você se contraria e faz coisas que não são da sua natureza você deixa de se amar. Quando você deixa de se amar, você fica insegura. Amar minha filha, inclui cada um respeitar a natureza do outro. Volte a ser você mesma e verá o que acontece.

Narrador: Logo Kamakuã voltou a ser Kamakuã, veio a noite de lua cheia. Houve uma festa e os dois dançaram muito! A ONÇA-REI tinha um brilho diferente nos olhos quando olhava pra ela.
Naquele dia, quando amanheceu.

KAMAKUÃ: sorriu quando ele se retirou pelo verde orvalho
da floresta, ele foi caçar e ela fazer biju com farinha de
mandioca.


Narrador: De noite fez uma surpresa para ela
ao invés de carne

E SABEM DE UMA COISA? PARECE QUE EM BREVE VAI NASCER UMA ONCINHA
COM CARA DE GENTE OU UMA PESSOA COM CARA DE ONÇA. NÃO DÁ PARA
DIZER AINDA.


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Peça: Lenda dos índios Sioux

Narração: Eloiza
Touro Bravo: Maxsuel
Nuvem azul: Estefany
Falcão: Wisley
Tribo: Larissa, Hellen, Aparecido, Gabriele, kleverson e Lucas.
Assitente de palco: Soany e Grazielen.
Direção: Eloisa
Direção Geral: Prof. Ivone Gonçalves
Músicas: Ñande reko arandu.memória viva guarani 2000
Extraído do site: http://www.novaera.org/contos/lenda_indigena.htm
Direção geral: Prof. Ivone Gonçalves

Narradora:"Conta uma velha lenda, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo.


Touro Bravo: Nós nos amamos... E vamos nos casar , e nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... Alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos...Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

Pajé: Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte... E trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo – deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva! Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada...

Narradora: No dia estabelecido, à frente da tenda do Pajé, os dois esperavam com as aves. Touro Bravo. E agora o que faremos? – as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? Nuvem azul Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? Pajé: Não! -, apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro... Quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...
Narradora O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... A águia e o falcão tentaram voar, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se.

Pajé: Jamais esqueçam o que estão vendo... Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar- se

Se quiserem que o amor entre vocês perdure..."Voem juntos... mas jamais amarrados".


























Um comentário:

  1. adorei, obrigada Magali pelo carinho com todos nós professores e alunos

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